segunda-feira, 20 de julho de 2009

A mágica da amizade

Quando somos pequenos, não escolhemos os amigos. Simplesmente saímos por ai confiando nos rostinhos que encontramos no parque, na escola, na rua, na igreja e até mesmo na sala de espera do pediatra. Temos alguns amigos escolhidos, mas pelos nossos pais, que escolheram ser amigos dos pais dele.

Todos são nossos melhores amigos por cinco minutos. Até alguém dizer que não foi gol, não emprestar o boneco do batman ou o carro da barbie. Não sou mais seu amigo, até logo mais... depois tudo volta ao normal.

Vamos crescendo e daí começamos a escolher. Tem a turma do futebol, os do karatê, da natação, do inglês... Já não somos amigos de todo mundo, mas esperamos ansiosos que todos estejam no nosso aniversário de 9 anos.

Então chega uma idade esquisita. Nos juntamos em bandos esquisitos. Falamos a mesma língua esquisita. Xingamos nossos pais esquisitos. O bando é nosso melhor amigo, falamos tudo para todos, e é ali que nos sentimos seguros e amados. Mesmo que a gente nem pense nisso... A gente já não quer ser amigo de todo mundo, por sinal tem uns que queremos longe, mas no nosso bando queremos ser reconhecidos e sempre convidado para as baladas.

Viramos jovens, a vida começa a ficar mais séria. Nosso bando passa a ser um trio. Um trio muito unido pelas semelhanças e diferenças. Adoramos ver as conquistas dos outros, mas uma certa dor de cotovelo aparece quando sua amiga aparece com o namorado novo... aquele gato que você viu primeiro! O trabalho limita os encontros aos fins de semana, que algumas vezes vira mensal. Mesmo assim, sabemos e podemos contar com eles, como um casamento, na alegria e na tristeza.

Envelhecemos... sim, porque depois que ficamos jovens, só envelhecemos!!! Casamos, temos filhos, uma vida profissional. Começamos a chamar os amigos de colega, os melhores amigos viram velhos conhecidos e nossa grande alegria é encontrar todo mundo no orkut. Aprendemos a nos virar sozinhos, nossa família direta passa a ser nosso grande e único melhor amigo.

Morremos muitas vezes só. Ou, com poucos colegas ao nosso redor e nossa família, que sim, continua lá. Ao longo da vida deixamos de viver a mágica da amizade.

A amizade pode ser uma casa cheia de amigos aos domingos para um churrasco. Pode ser um almoço rápido no meio do dia. Ou uma visita de horas e muitas lágrimas e alegria. Pode ser um “te considero” no meio da bebedeira ou uma oração sincera no meio do caos. Amigo é ir e vir. Consolar e ser consolado. Amar e ser amado.

Tenho uma dezena de amigos e um trio de melhores amigos que enche minha vida de paixão. Que cada um de vocês sinta-se abraçado, beijado e amado por mim hoje, no dia do amigo, e sempre!

Cassia