segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Lágrimas

As lágrimas lavam a alma
Nos refrescam
Nos abraçam
Descem dançando
Lembrando que há toque
Que há frio
Que há sentir
Chorar significa
Estou vivo
Você é importante
Eu sou gente
É a própria vida
As lágrimas só morrem com a morte
Saem pelos olhos
Escorrem pelo corpo
Mas nascem no coração

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Para o Rafa GarRafa

Você chegou pra acrescentar adrenalina ao meu coração.
Me faz respirar com mais intensidade, olhar novas possibilidades.
Você não para, é baladeiro. Herdou de mim, provavelmente. Nem reclamo.
Seus olhos sorriem, seus pés vivem dançando. Sua vontade é gritada.
Canso, grito, me arrependo, repenso, e no fim do dia, te amo.
Você chegou causando revolução. Me modificou por completo. Me fez uma mulher maternal.
O significado da palavra mãe mudou com a sua chegada. Aprendi a gostar da palavra mãe.
Sei que sou longe do ideal. Amem. Espero que você também lute para fugir dos ideais que eu colocar pra você. Torço para que você seja você.
Mas, hoje, no seu aniversário, quero te encher de beijo, abraço e mordida!
Você tem lugar marcado no meu coração, Rafa GarRafa, Rafinha, Rafa, Rafael, meu filho!

Te amo do jeito que você é!

Sua Mamis!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Cinza e cor

Assim como vc menina, também já fui esquecida
Rostos passaram por mim e não me viram
Muitos beijos não eram troca, só abuso

Já gritei por um olhar, mas não veio
Mas na maioria das vezes me faltou coragem pra gritar
Meu mundo também já foi e ainda é cinza

Mas você menina, me ensinou preciosa lição
Que os sonhos colorem nossas vidas
Que neles me encontro como sou

Ontem, olhando em seus olhos, vi
Minha solidão e fome pela vida
Meus cinzas e minha cor

Chorei seu choro pelas pessoas que não me viram
Tremi no seu frio por afeto e calor
Mas no meio disso sonhei seus sonhos coloridos

Na duração de um fósforo vi luz pra toda minha vida
Dei risada das gargalhadas da minha vida
Abracei os brinquedos que tenho

E pela sua lembrança me lembrei
Dos inúmeros afetos que tenho
De todas as possibilidades de recomeços

E veio seu último desejo
E em mim a mesma vontade
Reencontrar o que amamos pra fugir do nosso cinza

Você encontrou isso através da morte
Não houve dor nem luta
Paz numa entrega serena

Ao olhar pro seu corpo caído
Também desejei essa fuga
Mas pela vida

Quero me reencontrar num longo abraço
Juntar meus cinzas e minhas cores
E reviver

Obrigada, menina
Obrigada as mãos que te dão vida
Obrigada por doar seus últimos suspiros a mim!


(Esse texto veio depois de assistir ao espetáculo de bonecos "Sob seus olhos" da Cia Polichinelo baseado na história "A pequena vendedora de fósoforos" de Hans Christian Andersen www.ciapolichinelo.com.br)

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Pão e afeto

Preparar os ingredientes. Escolher com cuidado cada utensílio. Dedicar-se e deliciar-se.

É preciso ir sem pressa. Esquentar o forno previamente. Fechar as janelas pra não entrar vento e desandar o crescimento.

Mexer delicadamente. Acrescentar aos poucos. Sentir quando deve parar.

Não dá só pra olhar. Tem que cheirar, colocar a mão. Envolver-se de corpo e alma.

Tem que testar. Fazer mudanças. O tempo, o vento, a água mudam o resultado.

Haverá receitas que darão erradas. Uma, duas, infinitas vezes. Mas alguma há de dar certo. E quando não der, não jogue a receita fora. Invente. Reinvente.

Os momentos de descanso são importantes. É necessário ficar longe por um tempo. Aproximar-se, depois. E então se tocar novamente.

Alguns momentos você precisará amassar com energia. Noutros com muita delicadeza, envolver todos os ingredientes.

Crie formas e modelos novos. Nem todas as formas servem para todas as receitas.

Esteja preparado para os desarranjos, falta de ingredientes e até preguiça. Quando der ria dos desastres e comece tudo de novo.

Ao colocar no forno, tome cuidado. Observe. De atenção. Não descuide. Pode passar do ponto, ou nem chegar.

Sinta o perfume. Desfrute do cheiro. Sinta salivar.

Importante. Cuidado ao tirar do forno. A vontade em comer pode feri-lo. Espere amornar. Assopre se necessário.

Finalmente, saboreie e curta. Mas não esqueça de que todas as etapas são importantes.

No pão e no afeto.

domingo, 31 de julho de 2011

Perdas

Perdi noites insones
Dias radiantes
Lagrimas de alegria
Pedaços da vida

Perdi manhas preguiçosas
Ombros amigos
Abraços de filho
Beijo de pai e mãe

Perdi o amor
O prazer da intimidade
A graça da conquista
Encontros na vulnerabilidade

Perdi uma família
Passeios de mãos dadas
Os sonhos a dois
O compartilhamento da vida

Perdi o bonde
Grandes e pequenas oportunidades
O rumo
A paixão pela vida

Me perdi
Pra me achar
Hoje, chorar
Amanha, celebrar

terça-feira, 26 de julho de 2011

Ontem e hoje!

Está vazio
Não há risadas, nem hinos
Ninguém fazendo um fiu fiu
Mas a quadra está lá

Aos poucos os sons chegam
Gritaria, algazarra
Sinto frio na barriga ao pisar na quadra
Parece fim de campeonato

Olho pra arquibancada
O coração dispara
Ele está lá e acena
Será que ele sabe que sou apaixonada?

Subo as escadas
Minha melhor amiga está lá
Apesar do silêncio
A voz da lembrança grita nomes

Sala de inglês, Romilda
Sala de Português, João e Cecília
Diretoria, Reginaldo
Sala de matemática, Suziley

Sento no nosso banco
Embaixo da nossa árvore
Ele passa e eu acordei
Tantos segredos selados ali

A escada só tem degraus gastos
Mas ali começou a história mais linda da minha vida
Um homem e um violão
Que hoje foram traduzidos em três filhos

Em cada canto há uma marca
Um sorriso, uma lágrima
Uma gargalhada
Ou, o que achava na época, ser a decepção da minha vida

Relembrei paixões
Vitórias
Choros
Amigos

Voltei no tempo que não volta mais
A paixão daquela época
O corpo jovem
Os sonhos de toda uma vida

Mas não há melancolia
Invade a alegria
Transformar saudade em realidade
Isso deve ser a famosa maturidade

Pra mim SENAI é o famoso clichê
Foi escola pra vida
Uma vida que se renova
Ontem e hoje!

Tempo

Nesse fim de semana celebrei alguns tempos na minha vida.

Na sexta celebrei um novo tempo. Com dois amigos novinhos em folha, pouco tempo de história. Uma relação cheia de primeiras vezes e descobertas. Foi bom demais saber que um faz uma picanha maravilhosa, que temos idéias parecidas e outras contrárias, que no karaokê, eu faço a voz masculina e meu amigo faz a feminina. Legal as descobertas juntos: club social com gorgonzola e geléia de pimenta é maravilhoso! Vamos repetir!

No sábado celebrei o tempo presente. Ao redor de uma mesa, alguns dos meus melhores amigos. Daqueles que nos vemos sempre, que dividem as tristezas, que são padrinhos de casamento, que são irmãos. Desses que mesmo ficando longe por um ano, temos certeza que o laço nunca se desfez. Saboreamos velhos hábitos: suspiro vó Nina, poker, vinho e conversa madrugada a dentro. Terminou em café da manhã.

Domingo celebrei o tempo da juventude. Tomei susto com alguns rostos, tive dificuldade em reconhecer alguns, mas todos trouxeram lembranças e lágrimas. Lembrei das paixões de adolescente, dos cantos onde rolavam os beijos, das escadas onde chorei, da quadra onde ganhei medalhas e lesões, da sala de educação física que era confessionário e do nosso banco, nossa árvore. Subi as escadas com a minha melhor amiga, como se fosse há 20 anos e até ACORDEI!!! (Sim, revelei o código feminino para nosso muso, na época). Foi uma mistura mágica entre o que fomos com o que somos. E terminou com samba e pizza! Poderia ser melhor? Sim! Rock e pizza faz mais meu estilo! Mas as companhias, eu manteria todas!

O que sei, é que o tempo pode ser nosso amigo. Aproveitá-lo, sempre. Economizá-lo, as vezes. Desprezá-lo, nunca. E já que o tempo teima em passar mesmo, eu vou é recheá-lo de lembranças, amigos e sonhos!

domingo, 12 de junho de 2011

Na valsa e na vida

Quero alguém que me tire pra dançar
Que olhe nos olhos
Que aceite a parceria
E escolha me levar

Quero alguém que me ensine novos passos
Que acelere e diminua o ritmo
Conforme meu espírito
E ria dos erros e pisões

Quero alguém que sinta a música
Que me leve por salões elegantes
Mesmo que seja na nossa sala
Que saiba dançar sem música

Quero alguém que se canse de dançar
Que me deixe sentada esperando
Que tire os sapatos
Mas que depois escolha recomeçar

Quero alguém que segure firme na minha cintura
Mas que me deixe solta
Para os rodopios solitários
E que depois me puxe pra perto

Quero alguém que me erga do chão
Quando o salto final falhar
Quando a pista acabar
Mesmo que pra isso precise descer até mim

Quero alguém que sussurre enquanto valsa
Que me toque
Que descubra cada detalhe sem pressa
Que admire a beleza que envelhece

Quero alguém que queira ser par e ímpar
Que tenha a sabedoria dos mestres
A energia dos principiantes
E a simplicidade de quem só quer sentir a música

Quero alguém que me veja e chegue
Quero alguém que estenda a mão
Quero alguém que me tire pra dançar
Na valsa e na vida.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

acAlma

Ah, meu Pai
Aceito tua calma
Acolhe minha alma
Não me deixe

Mesmo quando digo não
Tem meu lado sim
Dentro de mim
No meu caos sem fim

A chuva coroou esse momento

domingo, 29 de maio de 2011

Partidas e chegadas

Eu me emociono em aeroportos. Não importa se estou indo viajar, buscando alguém ou só passei por passar...

Gosto de observar as pessoas. Os abraços, as lágrimas, e os acenos de despedida. Ao mesmo tempo, tem os abraços, lágrimas e acenos dos reencontros.

Também tem gente que chega e ninguém a espera. Tem os que esperam por horas por alguém num vôo atrasado. Tem também grupos imensos que vão se despedir de uma única pessoa.

Tem os reencontros dos casais. Nunca me esquecerei uma vez em que um rapaz mal surgiu no desembarque e uma moça completamente apaixonada correu até ele, pulou, o embraçou com todo o corpo e beijaram-se loucamente. Foi lindo! Tem os casais mais comedidos. Mas todos enchem meu coração e alma. E tem as despedidas dos casais. As vezes fica um silêncio. Um abraço que dura anos, que não se desgruda até a última chamada. Dói meu coração.

As crianças são um espetáculo a parte. As que esperam perguntam a toda hora se o avião já chegou. As que sabem ler não tiram os olhos do painel de aviso. E quando uma criança desponta pela porta e vê um vô, uma vó, ou os pais? Simplesmente larga tudo, sai correndo e pula no colo! Hoje recebi um abraço assim do Rafael!

E tem a pior de todas as esperas. Quando o avião não chega. Todas as vezes que acontece um acidente penso nas pessoas que estão no aeroporto esperando. A falta de notícia, a confirmação, a certeza de que por trás da porta do desembarque não surgirá o rosto tão esperado.

Hoje fui ao aeroporto. Me emocionei. Mais do que o normal. E, talvez, não, com certeza, porque tenho vivido num aeroporto. Dando adeus e reencontrando.
Tem dia que as lágrimas tem sido de pura alegria pelo reencontro, e tem dia que só tem a tristeza pelos rostos que não aparecerão mais.

A vida é assim. Continuarei essa viagem. As vezes esperando, as vezes embarcando. Mas sempre escolhendo as partidas e chegadas que quero participar!

domingo, 22 de maio de 2011

Metades

Acordei com o coraçao cheio
Emoções reais e idealizadas
Dançavam na mesma valsa

E o que parecia ser sol
Virou eclipse
Total

A alma pediu calma
Virou pó
Saiu nas lágrimas

Senti as lágrimas que abraçam
Eterno carinho
Deslizam fazendo amor

Senti as lágrimas que chicoteiam
Que vão rasgando
Deformando a carne

Agradeci meus novos amores
Meus bens
Me envaideci

Amaldiçoei aos gritos
A total incapacidade, minha
De abraçar quem mais amo

Me abri pras coisas novas
Sensações que alucinam
Boas e ruins

Me fechei como ostra
Solidão na concha
Tenho medo de não sair

Chega o fim do dia
Não é dualidade
É só metade...

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Surpresa!

Tem dia que levanto, tomo meu café e quando ainda estou com meu roupão e a cara amassada, toca a campainha. Não espero ninguém. Deve ser engano. Abro. Do outro lado da porta, em pé, está a vida, com uma surpresa nas mãos.

Não dá pra fugir. Ela própria bloqueia a passagem. Só há duas possibilidades: Estender as mãos e abrir a surpresa, ou fechar a porta na cara da vida e voltar pro meu café como se nada tivesse acontecido.

Agradeço por não ter surpresas na minha porta todos os dias, mas, agradeço mais ainda, por ter as vezes uma surpresinha na minha porta.

Com elas me sinto viva, percebo as mudanças, me apaixono de novo, sonho, abalo meu mundo, destruo meu manual.

Apareçam. Boas ou ruins. Grandes ou pequenas. Escancaradas ou discretas. Em forma de gente ou em anjos.

Estarei esperando, tomando meu café. Com um sorriso no rosto e de braços abertos!

quinta-feira, 31 de março de 2011

Hoje sinto
Sinto pelo que sinto
O inexistente
Que insiste em existir

Hoje amo você
Odeio o amor que sinto
Que transforma minha solitude
Em nossa solidão

Hoje quero
Todas as alegrias juntas
Sentadas na mesa
Numa celebração

Hoje choro
Porque sem você ainda sinto
Ainda amo
Ainda quero

quarta-feira, 23 de março de 2011

Tsunami e terremoto

Não tenho problemas com o caos. Gosto da idéia de agitação, de mudanças e de correria. O que me apavora é a calmaria.

É aquele exato momento que não há nada a fazer. Não há do que correr, a grande onda não vem, os prédios não estão caindo.

Não é que não haja problemas. Eles existem e são até em grande escala. Mas não posso fazer nada por eles. O poder é tirado de mim, só posso ficar parada, esperando sei lá o que...

Normalmente nessas horas arrumo um copo de água e faço uma tempestade. Faço caos nos meus sentimentos, dou vazão a todos os desejos, sem pensar na conseqüência. Ou melhor, torcendo que a conseqüência me tire da calmaria!

Na calmaria perco o poder, tenho tempo para me olhar, ver os pedaços que faltam, as tristezas reais e permanentes, a minha total humanidade.

Por enquanto não consigo dizer: EU PRECISO DA CALMARIA
O máximo é: EU QUERO DESEJAR ESSA CALMARIA

Isaías 30:15 – “...Em vos converterdes e em sossegardes, está a vossa salvação; na tranqüilidade e na confiança a vossa força, mas não o quisestes”

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Uma segunda chance

Adoro as segundas chances que aparecem em minha vida. Independente do caminho que vou trilhar é sempre uma forma de aprendizado, seja errando de novo, acertando ou descobrindo algo espetacularmente novo.

Nessa semana tive a oportunidade de viver uma segunda chance. Tive pânico, medo, febre, insônia, fui ao inferno, mas voltei!

Primeiro, acredito que sofremos ao passar por uma situação semelhante porque focamos no que perdemos. A simples possibilidade de se machucar, se ferir, se perder de novo nos paralisa!

Depois temos a tendência a achar que dessa vez saberemos lidar, podemos controlar sozinhos, não precisamos das pessoas e, no meu caso, muito menos de Deus. Até mesmo como uma prova que dessa vez seremos capazes. Uma prepotência tipicamente humana, que nos coloca acima de tudo, donos e senhores da verdade. Colocamos culpa em muitas outras coisas para o fracasso anterior, menos em nós mesmos!

E com isso vamos trilhando o mesmo velho caminho...

Acredito que há muitas formas de se fazer um caminho novo, para mim foram importantes algumas atitudes: reconhecer os meus erros na situação anterior, admitir que não faço a menor idéia do que fazer e sempre viver a verdade!

Isso trouxe mais alegria ao processo ou deixou tudo mais fácil? Não, nem um pouco! Nenhuma dessas atitudes é fácil e, confesso, que precisei de muitos meses para ter essas atitudes!

Primeiro, admitir erros significa se olhar, gastar tempo olhando o quão miserável sou e muitas vezes requer perdão para conosco e dos outros. Significa cutucar velhas feridas...

Admitir que não consigo sozinha... isso quase não existe para mim! Literalmente, tive que cair de joelhos em pranto e clamar: Sozinha, não consigo! Fiquei no limbo muitas noites, uma sensação de inutilidade. Mas Deus foi tão amoroso que deu respostas tão lindas do seu cuidado, diretamente dele e através de pessoas mais que especiais.

E por último, viver a verdade! E isso para mim tem a ver com fazer a minha parte. Posso admitir que não consigo e colocar nas mãos de Deus o desfecho, mas isso não tira minha responsabilidade em fazer as coisas certas. O certo é sempre o certo, não importa a condição que estamos. E para mim, a verdade sempre será o caminho certo!

Vivendo tudo isso o fim será sempre bom para a gente, certo? Errado... pelo menos na nossa visão humana. Muitas vezes trilhar esse caminho significa perder um emprego, um amigo, um amor, até mesmo a vida... Nesse caso em particular, acho que só ganhei, mas foi longe de ser o que realmente desejava!

Então, qual a vantagem?

Não sei exatamente a resposta. Mas para mim foi um aprendizado lindo, não pelo resultado, mas pelo processo! Me ver, confiar em Deus e nas pessoas e viver a verdade...

Sei que é um processo eterno, vou falhar em muitos, acertar um tanto, perder, ganhar, chorar e sorrir...
E não é isso a vida? E como não temos uma segunda chance de vivê-la, pelo menos aqui, vamos aprender com ela!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Porto

Quase sempre nos encontramos entre lágrimas
Hoje não é diferente
Entre lágrimas, dor e saudade
Quero Te sentir, meu Porto Seguro

Mesmo sem querer foi pra Você que voltei
Andei outros mares
Conheci outros braços
Mas no fim, volto e choro

E você me aceita
Nem repara nos anos que perdi
Na alegria que se foi
No medo nos meus olhos

Olha pra mim
Só vê o que há de bom
Me ama tanto
Que me deixa livre pra ir

E quase sempre vou...
Acabo Te deixando pra traz
Pra voar, navegar
Pra Te deixar e depois voltar...

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Ah, poesia

Se um dia me encontrar lendo uma poesia
E não ver nenhuma lágrima em meus olhos
Nem me ouvir suspirando
Ou ver de repente um sorriso nos meus lábios...

Se por alguns segundos eu não repetir o nome dele milhões de vezes
E não ver meus pensamentos cheios de dor
Nem me ouvir cantarolar Cazuza
Ou ver minhas pernas bambas

Se eu não estiver respirando pelos ouvidos
E não sentir o gosto da saudade
Nem ouvir o mar em meio ao vale
Ou ver as cores das desilusões pelas mãos

Simplesmente, me enterre
Terei morrido!

domingo, 30 de janeiro de 2011

Um domingo qualquer

Preciso escrever quando as lágrimas não rolam
Quando o sorriso se esconde
Quando o coração pesa uma pedra
Quando a alma vai e volta, e me cansa

Hoje é esse dia. Hoje preciso escrever.

Preciso dizer que é difícil não ter par
Manter a atitude sozinha num bar
Comprar apenas uma entrada pro cinema
Ver casais de mão dada

Hoje preciso dizer isso

Que recomeçar a vida traz confusão
Que a minha identidade ta escondida em alguma caixa
Que não mostro pra você quem sou
Pelo simples fato de não saber

Hoje preciso confessar

Que seduzo pra me satisfazer
Que muitas vezes não vejo o rosto dos outros
Que uso
Que manipulo

Hoje preciso gritar

Que quanto mais sorrio, mais choro
Que quanto mais me desnudo, mais me escondo
Que quanto mais ando, só faço círculos
Que não sei descer da minha Ferrari e seguir a pé

Escrevi. Senti. Chorei.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Apaixonada de novo, e por você!!!

Ah, não vou negar. Hoje me peguei suspirando enquanto te olhava acordar. Nunca imaginei que me apaixonaria por você novamente.
Mas, hoje enquanto caminhava e te admirava, seu corpo forte, cheio de vida, sua a alma aberta a todos, sua alegria, percebi que nunca te esqueci totalmente...

Conheci outras pessoas, senti mais paz do que com você, aprendi a ver mais colorido e a me acalmar. Mas foi eu te ver, sentir seus odores, sentir seu toque... e lá estava eu apaixonada novamente.

É uma sensação boa em meio a tanta mudança. Uma certeza que podemos ser felizes de novo.Como toda paixão, no começo será denso. Vou querer ficar ao seu lado sempre e curtir cada partezinha sua.

Mas aos poucos precisarei de espaço, de ar puro, de calmaria. Já vi esse filme, tem hora que vamos nos odiar e fugirei de você várias vezes. Você também mostrará suas garras da crueldade, do egoísmo, da pobreza, do cinza.
Mas, se conheço bem essa relação, que já dura quase uma vida, cairei nos seus braços de novo e é bem provável que reconstrua minha vida ao seu lado.

É, querida São Paulo. Sampa, para amantes como nós.
A vida me trouxe novamente pros seus braços. Eu que até escrevi dizendo que só te queria por uma noite...
Confesso, novamente, me apaixonei por você!

(O primeiro texto que escrevi quando sai de Sampa é o segundo que escrevi nesse blog, chama: Chega de romance! Quero apenas uma noite de amor!)

sábado, 15 de janeiro de 2011

Olhos de criança

Onde foram parar nossos sonhos de infância
A inocente sensação da invencibilidade
A certeza das possibilidades

Quando que o medo me paralisou?
Foi quando parei de sonhar, ou o contrário?
Quando comecei a me esconder?

Em algum momento deixei de acreditar na fantasia
E aos poucos também no que era possível
Em que parquinho escondi minhas vontades?

Porque acreditei que tinha que ser capaz de tudo?
Deixei de olhar pro meu corpo
A razão encobriu todos os sentimentos

E a fé que de tão simples movia montanhas
Não havia teologias e explicações
Apenas a simples e constante presença da essência de Deus

O sorriso é o mesmo
A alegria em viver também
Mas tanta coisa importante foi deixada no asfalto

Quero voltar e resgatar o que posso
Dizer adeus ao que não convém mais
Seguir com a bagagem certa