domingo, 31 de julho de 2011

Perdas

Perdi noites insones
Dias radiantes
Lagrimas de alegria
Pedaços da vida

Perdi manhas preguiçosas
Ombros amigos
Abraços de filho
Beijo de pai e mãe

Perdi o amor
O prazer da intimidade
A graça da conquista
Encontros na vulnerabilidade

Perdi uma família
Passeios de mãos dadas
Os sonhos a dois
O compartilhamento da vida

Perdi o bonde
Grandes e pequenas oportunidades
O rumo
A paixão pela vida

Me perdi
Pra me achar
Hoje, chorar
Amanha, celebrar

terça-feira, 26 de julho de 2011

Ontem e hoje!

Está vazio
Não há risadas, nem hinos
Ninguém fazendo um fiu fiu
Mas a quadra está lá

Aos poucos os sons chegam
Gritaria, algazarra
Sinto frio na barriga ao pisar na quadra
Parece fim de campeonato

Olho pra arquibancada
O coração dispara
Ele está lá e acena
Será que ele sabe que sou apaixonada?

Subo as escadas
Minha melhor amiga está lá
Apesar do silêncio
A voz da lembrança grita nomes

Sala de inglês, Romilda
Sala de Português, João e Cecília
Diretoria, Reginaldo
Sala de matemática, Suziley

Sento no nosso banco
Embaixo da nossa árvore
Ele passa e eu acordei
Tantos segredos selados ali

A escada só tem degraus gastos
Mas ali começou a história mais linda da minha vida
Um homem e um violão
Que hoje foram traduzidos em três filhos

Em cada canto há uma marca
Um sorriso, uma lágrima
Uma gargalhada
Ou, o que achava na época, ser a decepção da minha vida

Relembrei paixões
Vitórias
Choros
Amigos

Voltei no tempo que não volta mais
A paixão daquela época
O corpo jovem
Os sonhos de toda uma vida

Mas não há melancolia
Invade a alegria
Transformar saudade em realidade
Isso deve ser a famosa maturidade

Pra mim SENAI é o famoso clichê
Foi escola pra vida
Uma vida que se renova
Ontem e hoje!

Tempo

Nesse fim de semana celebrei alguns tempos na minha vida.

Na sexta celebrei um novo tempo. Com dois amigos novinhos em folha, pouco tempo de história. Uma relação cheia de primeiras vezes e descobertas. Foi bom demais saber que um faz uma picanha maravilhosa, que temos idéias parecidas e outras contrárias, que no karaokê, eu faço a voz masculina e meu amigo faz a feminina. Legal as descobertas juntos: club social com gorgonzola e geléia de pimenta é maravilhoso! Vamos repetir!

No sábado celebrei o tempo presente. Ao redor de uma mesa, alguns dos meus melhores amigos. Daqueles que nos vemos sempre, que dividem as tristezas, que são padrinhos de casamento, que são irmãos. Desses que mesmo ficando longe por um ano, temos certeza que o laço nunca se desfez. Saboreamos velhos hábitos: suspiro vó Nina, poker, vinho e conversa madrugada a dentro. Terminou em café da manhã.

Domingo celebrei o tempo da juventude. Tomei susto com alguns rostos, tive dificuldade em reconhecer alguns, mas todos trouxeram lembranças e lágrimas. Lembrei das paixões de adolescente, dos cantos onde rolavam os beijos, das escadas onde chorei, da quadra onde ganhei medalhas e lesões, da sala de educação física que era confessionário e do nosso banco, nossa árvore. Subi as escadas com a minha melhor amiga, como se fosse há 20 anos e até ACORDEI!!! (Sim, revelei o código feminino para nosso muso, na época). Foi uma mistura mágica entre o que fomos com o que somos. E terminou com samba e pizza! Poderia ser melhor? Sim! Rock e pizza faz mais meu estilo! Mas as companhias, eu manteria todas!

O que sei, é que o tempo pode ser nosso amigo. Aproveitá-lo, sempre. Economizá-lo, as vezes. Desprezá-lo, nunca. E já que o tempo teima em passar mesmo, eu vou é recheá-lo de lembranças, amigos e sonhos!