segunda-feira, 30 de maio de 2011

acAlma

Ah, meu Pai
Aceito tua calma
Acolhe minha alma
Não me deixe

Mesmo quando digo não
Tem meu lado sim
Dentro de mim
No meu caos sem fim

A chuva coroou esse momento

domingo, 29 de maio de 2011

Partidas e chegadas

Eu me emociono em aeroportos. Não importa se estou indo viajar, buscando alguém ou só passei por passar...

Gosto de observar as pessoas. Os abraços, as lágrimas, e os acenos de despedida. Ao mesmo tempo, tem os abraços, lágrimas e acenos dos reencontros.

Também tem gente que chega e ninguém a espera. Tem os que esperam por horas por alguém num vôo atrasado. Tem também grupos imensos que vão se despedir de uma única pessoa.

Tem os reencontros dos casais. Nunca me esquecerei uma vez em que um rapaz mal surgiu no desembarque e uma moça completamente apaixonada correu até ele, pulou, o embraçou com todo o corpo e beijaram-se loucamente. Foi lindo! Tem os casais mais comedidos. Mas todos enchem meu coração e alma. E tem as despedidas dos casais. As vezes fica um silêncio. Um abraço que dura anos, que não se desgruda até a última chamada. Dói meu coração.

As crianças são um espetáculo a parte. As que esperam perguntam a toda hora se o avião já chegou. As que sabem ler não tiram os olhos do painel de aviso. E quando uma criança desponta pela porta e vê um vô, uma vó, ou os pais? Simplesmente larga tudo, sai correndo e pula no colo! Hoje recebi um abraço assim do Rafael!

E tem a pior de todas as esperas. Quando o avião não chega. Todas as vezes que acontece um acidente penso nas pessoas que estão no aeroporto esperando. A falta de notícia, a confirmação, a certeza de que por trás da porta do desembarque não surgirá o rosto tão esperado.

Hoje fui ao aeroporto. Me emocionei. Mais do que o normal. E, talvez, não, com certeza, porque tenho vivido num aeroporto. Dando adeus e reencontrando.
Tem dia que as lágrimas tem sido de pura alegria pelo reencontro, e tem dia que só tem a tristeza pelos rostos que não aparecerão mais.

A vida é assim. Continuarei essa viagem. As vezes esperando, as vezes embarcando. Mas sempre escolhendo as partidas e chegadas que quero participar!

domingo, 22 de maio de 2011

Metades

Acordei com o coraçao cheio
Emoções reais e idealizadas
Dançavam na mesma valsa

E o que parecia ser sol
Virou eclipse
Total

A alma pediu calma
Virou pó
Saiu nas lágrimas

Senti as lágrimas que abraçam
Eterno carinho
Deslizam fazendo amor

Senti as lágrimas que chicoteiam
Que vão rasgando
Deformando a carne

Agradeci meus novos amores
Meus bens
Me envaideci

Amaldiçoei aos gritos
A total incapacidade, minha
De abraçar quem mais amo

Me abri pras coisas novas
Sensações que alucinam
Boas e ruins

Me fechei como ostra
Solidão na concha
Tenho medo de não sair

Chega o fim do dia
Não é dualidade
É só metade...

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Surpresa!

Tem dia que levanto, tomo meu café e quando ainda estou com meu roupão e a cara amassada, toca a campainha. Não espero ninguém. Deve ser engano. Abro. Do outro lado da porta, em pé, está a vida, com uma surpresa nas mãos.

Não dá pra fugir. Ela própria bloqueia a passagem. Só há duas possibilidades: Estender as mãos e abrir a surpresa, ou fechar a porta na cara da vida e voltar pro meu café como se nada tivesse acontecido.

Agradeço por não ter surpresas na minha porta todos os dias, mas, agradeço mais ainda, por ter as vezes uma surpresinha na minha porta.

Com elas me sinto viva, percebo as mudanças, me apaixono de novo, sonho, abalo meu mundo, destruo meu manual.

Apareçam. Boas ou ruins. Grandes ou pequenas. Escancaradas ou discretas. Em forma de gente ou em anjos.

Estarei esperando, tomando meu café. Com um sorriso no rosto e de braços abertos!