segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Se 2011 fosse seu último ano de vida, o que você faria?

Viajaria mais sem reserva de hotel, sem destino, com pouco dinheiro
Almoçaria uma vez por semana com alguém que foi importante na minha vida
Me perdoaria mais, pelo o que fiz certo na hora errada e o que fiz errado na hora certa
Sentaria todos os dias, sem motivo, pra ouvir o silêncio
Doaria todos os meus livros, principalmente os mais significativos
Escreveria um livro para cada filho, agradecendo tudo o que me ensinaram
Ouviria todas as músicas que tem a palavra amor, em todas as línguas
Aprenderia italiano
Nadaria todos os dias, por puro prazer, mesmo no frio
Brigaria pelos meus direitos
Me calaria mais
Seguiria meu coração, mesmo indo contra a razão
Esqueceria as diferenças, de idade, de cor, de credo
Pensaria mais antes de falar
Telefonaria para minha paixão de adolescência
Dormiria menos ainda
Sonharia acordada muito mais
Me declararia, riria e iria embora
Iria ao cinema toda semana
Faria um jantar para os meus melhores amigos se conhecerem
Faria uma massagem nos pés cansados do meu avô
Escreveria uma poesia por dia e um conto por semana
Aprenderia a desenhar
Tomaria chuva quando ela me tirasse pra dançar
Ah, dançaria mais, com certeza!!!
Viajaria pra casa de Campos sozinha
Tentaria ler Machado de Assis
Pintaria as paredes do meu quarto com poemas e cores
Choraria mais de emoção, com um simples desenho dos meus filhos
Amaria, todos os dias
Escutaria minhas músicas prediletas
Pularia com elas
Choraria com elas
Enviaria suas letras para você...
Jogaria poker com a Confraria
Deixaria de fazer algumas dessas coisas, só para não magoar o outro
Oraria mais, sem pedir nada, apenas ouvindo a voz de Deus
Comeria tudo que tenho vontade, em pequenas porções
Escolheria as pessoas que estariam comigo nos últimos suspiros
Planejaria uma festa para dizer até breve e agradecer
Faria uma ou duas tatuagens
Tomaria uma taça de vinho todos os dias
Respiraria mais devagar, mas com intensidade
Me despiria mais, das máscaras, das roupas
Faria mais amor e mais sexo
Andaria a noite pelas ruas, sentindo a solidão noturna
Ficaria mais de pijama aos sábados
Riria com desenhos animados, na companhia animada dos meus filhos
Diria aos meus pais o quanto me orgulho deles
Diria aos meus filhos pra serem livres, principalmente de mim..
Saltaria de asa delta
Iria mais a praia
Morreria de amor, de novo
Não demoraria tanto pra dizer eu te amo
Usaria mais salto alto, só pra usar algo diferente
Todos os dias seriam meu aniversário
Agradeceria o dom da vida
A liberdade
Os sonhos
E no fim desse ano, deitaria, sozinha, satisfeita, sem medo, pronta para uma nova aventura!

Venha 2011, venha vida... e se Deus me permitir mais do que isso, que minha escolha seja sempre a VIDA!

VIDA PARA VOCÊ TAMBÉM, EM 2011 E POR TODOS OS PRÓXIMOS ANOS QUE AINDA VIRÃO!!!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Último olhar

Hoje comecei a deixar pelo caminho pedaços
Alguns deixam a vista o que sou por dentro
Outros não parecem fazer falta

Cada pedaço tem história própria
Mesmo sendo parte de um todo
Quando se desprendem fica a ferida

A dor hoje é diferente
Não sangra, só lamenta
Lamentos da dúvida do que será

Queria ter o ontem, hoje e amanhã
Sentados a mesa, repartindo e colhendo
Tirar uma foto e colocar na mesa da sala

Alguns rostos irão como fumaça
Outros virão com o amanhecer
E a cada dia me farão ser

A lembrança é a tristeza que se aloja
É a esperança do reencontro
Dos meus pedaços pelo caminho

Ao mesmo tempo caminho
E surgem novos retalhos
Que me remodelam

E caminho,
E me transformo.
Viro e dou meu último olhar, todos os dias

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Minha avó

Lembro do seu coque perfeito, branquinho
Não consigo vê-la de cabelos negros
Sua mão tinha muitas manchas
Tinha um sorriso de ternura

O seu brigadeirão era delicioso
O pudim cheio de furinhos
E sempre nos agradava
Cada neto, com uma guloseima

Acho que disse Te amo poucas vezes
Triste confundir respeito com falta de expressão de afeto
Devia ter segurado mais a sua mão
Poderia ter aprendido mais com sua experiência

Me contaram que você virou fera com um médico
Tentaram por meu braço no lugar se anestesia
Sua calmaria foi embora
Minha doce vó Paulina, virou fera!

Também sei que todo dia pela manhã
Filho por filho, neto por neto, bisneto por bisneto
Era lembrado em suas orações
TODOS, todos os dias

Hoje sei que você sofreu
Acho até que pouco viveu
Mas sei exatamente onde você está
O seu sotaque ressoa as vezes no ar

Quando você foi achei que não sofreria
Mas lembro do seu caixão
O quanto chorei
Ao lado do vô

As boas vós sempre fazem falta
Pelas comidinhas, pelos carinhos
Pelas orações
Pela representação da nossa existência!