domingo, 12 de setembro de 2010

Eu sou

Eu sou tudo aquilo que passo por cima
E o resto que paro e pego
Sou uma estrada sem destino
E também o caminho seguro

Sou a mais destemida criatura
Um ser que se encolhe diante da vida dura
Sou busca incansável
Sou descoberta improvável

Sou doce preguiça
Tenho crueldade natural
Sou um choro real
E risadas espontâneas

Sou pura paixão
Sou noite de solidão
Sou amor incabível
Sou ódio contido

Eu sou um instinto que sobrevive
E também a razão que simplesmente existe
Eu sou o que vejo
E também a escuridão que me vê

Sou o amor inexplicável
Sou a saudade palpável
Sou as pegadas da amizade
A dor de ser deixada

Sou os erros que cometo
Sou a paz do acerto
Sou a dor que nunca sairá
Sou a cura incompleta

Sou a certeza dos outros
E a minha inquietação
Sou constante na transformação
Sou vícios que nunca deixarei

Sou de tudo um pouco
E de pouco, quase tudo
Sou contentamento
Sou provocação

Sou o que fui
E o que deixei
Sou o que sou
E o que me ensinarei