quinta-feira, 31 de março de 2011

Hoje sinto
Sinto pelo que sinto
O inexistente
Que insiste em existir

Hoje amo você
Odeio o amor que sinto
Que transforma minha solitude
Em nossa solidão

Hoje quero
Todas as alegrias juntas
Sentadas na mesa
Numa celebração

Hoje choro
Porque sem você ainda sinto
Ainda amo
Ainda quero

quarta-feira, 23 de março de 2011

Tsunami e terremoto

Não tenho problemas com o caos. Gosto da idéia de agitação, de mudanças e de correria. O que me apavora é a calmaria.

É aquele exato momento que não há nada a fazer. Não há do que correr, a grande onda não vem, os prédios não estão caindo.

Não é que não haja problemas. Eles existem e são até em grande escala. Mas não posso fazer nada por eles. O poder é tirado de mim, só posso ficar parada, esperando sei lá o que...

Normalmente nessas horas arrumo um copo de água e faço uma tempestade. Faço caos nos meus sentimentos, dou vazão a todos os desejos, sem pensar na conseqüência. Ou melhor, torcendo que a conseqüência me tire da calmaria!

Na calmaria perco o poder, tenho tempo para me olhar, ver os pedaços que faltam, as tristezas reais e permanentes, a minha total humanidade.

Por enquanto não consigo dizer: EU PRECISO DA CALMARIA
O máximo é: EU QUERO DESEJAR ESSA CALMARIA

Isaías 30:15 – “...Em vos converterdes e em sossegardes, está a vossa salvação; na tranqüilidade e na confiança a vossa força, mas não o quisestes”