domingo, 30 de janeiro de 2011

Um domingo qualquer

Preciso escrever quando as lágrimas não rolam
Quando o sorriso se esconde
Quando o coração pesa uma pedra
Quando a alma vai e volta, e me cansa

Hoje é esse dia. Hoje preciso escrever.

Preciso dizer que é difícil não ter par
Manter a atitude sozinha num bar
Comprar apenas uma entrada pro cinema
Ver casais de mão dada

Hoje preciso dizer isso

Que recomeçar a vida traz confusão
Que a minha identidade ta escondida em alguma caixa
Que não mostro pra você quem sou
Pelo simples fato de não saber

Hoje preciso confessar

Que seduzo pra me satisfazer
Que muitas vezes não vejo o rosto dos outros
Que uso
Que manipulo

Hoje preciso gritar

Que quanto mais sorrio, mais choro
Que quanto mais me desnudo, mais me escondo
Que quanto mais ando, só faço círculos
Que não sei descer da minha Ferrari e seguir a pé

Escrevi. Senti. Chorei.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Apaixonada de novo, e por você!!!

Ah, não vou negar. Hoje me peguei suspirando enquanto te olhava acordar. Nunca imaginei que me apaixonaria por você novamente.
Mas, hoje enquanto caminhava e te admirava, seu corpo forte, cheio de vida, sua a alma aberta a todos, sua alegria, percebi que nunca te esqueci totalmente...

Conheci outras pessoas, senti mais paz do que com você, aprendi a ver mais colorido e a me acalmar. Mas foi eu te ver, sentir seus odores, sentir seu toque... e lá estava eu apaixonada novamente.

É uma sensação boa em meio a tanta mudança. Uma certeza que podemos ser felizes de novo.Como toda paixão, no começo será denso. Vou querer ficar ao seu lado sempre e curtir cada partezinha sua.

Mas aos poucos precisarei de espaço, de ar puro, de calmaria. Já vi esse filme, tem hora que vamos nos odiar e fugirei de você várias vezes. Você também mostrará suas garras da crueldade, do egoísmo, da pobreza, do cinza.
Mas, se conheço bem essa relação, que já dura quase uma vida, cairei nos seus braços de novo e é bem provável que reconstrua minha vida ao seu lado.

É, querida São Paulo. Sampa, para amantes como nós.
A vida me trouxe novamente pros seus braços. Eu que até escrevi dizendo que só te queria por uma noite...
Confesso, novamente, me apaixonei por você!

(O primeiro texto que escrevi quando sai de Sampa é o segundo que escrevi nesse blog, chama: Chega de romance! Quero apenas uma noite de amor!)

sábado, 15 de janeiro de 2011

Olhos de criança

Onde foram parar nossos sonhos de infância
A inocente sensação da invencibilidade
A certeza das possibilidades

Quando que o medo me paralisou?
Foi quando parei de sonhar, ou o contrário?
Quando comecei a me esconder?

Em algum momento deixei de acreditar na fantasia
E aos poucos também no que era possível
Em que parquinho escondi minhas vontades?

Porque acreditei que tinha que ser capaz de tudo?
Deixei de olhar pro meu corpo
A razão encobriu todos os sentimentos

E a fé que de tão simples movia montanhas
Não havia teologias e explicações
Apenas a simples e constante presença da essência de Deus

O sorriso é o mesmo
A alegria em viver também
Mas tanta coisa importante foi deixada no asfalto

Quero voltar e resgatar o que posso
Dizer adeus ao que não convém mais
Seguir com a bagagem certa