quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Paolo, 10.

Faz 10 anos. 1 década já é bastante história. De tantas datas, birras e afeto, lembro de duas coisas que me marcaram muito nesses anos que convivemos. No meu caso, já são 10 anos e 9 meses.

Primeiro foi seu nascimento. 2 de janeiro de 2004.

Como disseram no hospital, quase nasceu no balde. Viu a luz no túnel e foi. Podia ter esperado a anestesia, né? Loiro, rechonchudo, parecia um alemão. Eu tive um filho loiro.
Seu nascimento revela muito o que você quer: vida. Você gosta de sentir, de respirar, da adrenalina. E eu amo ver isso em você. Porque também tenho isso.

O segundo episódio foi quando você tinha 1 ano e eu fiz uma viagem de 20 dias.

Quando voltei, você me ignorou, chorava em ficar só comigo, olhava desconfiado. Demorou um mês para que você voltasse a me ver como mãe e percebesse que eu ia, mas voltava. Por muitos anos odiava desenhos de filhotes sem pai/mãe. Acho que até hoje.
Acho que isso revela um pouco do nosso relacionamento. Haverá horas em que não estarei ao seu lado e tem coisa que você enfrentará sozinho. Muitas vezes você se sentirá abandonado e tem muita coisa ruim que faço para você, sem nem saber...
Mas, eu volto! Mesmo que seja meio torta, meio errada, meio sem jeito.

Paolo, que a gente continue nesse relacionamento verdadeiramente verdadeiro por algumas décadas. Cheio de meio certos e meio errados.

Bjo

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Gabo, 12 anos!

Hoje te olhei deitado na cama. Caramba, já não cabe mais!
Nem ouso pegá-lo no colo, tivemos que deitar na cama para tirar sua primeira foto de 12 anos.

Tropecei no seu tênis 41 e lembrei que nenhum macacão de bebê com pezinho servia em você.

Ontem, perguntei onde você gostaria de comer hoje. Japonês. Lembrei da primeira papinha que te dei, o equivalente a 3 potinhos!

Lembrei dos primeiros pontos na testa, do primeiro campeonato, da primeira vez que sumiu, das primeiras tristezas na escola, as primeiras notas, o primeiro irmão, o segundo... Incrível, lembro de tudo. Mas não tenho saudades, e sim orgulho de ter presenciado tudo isso!

Logo mais já não serei a primeira a ver o que acontece com você, acho que já não sou... rs Minhas lembranças serão do que você quiser contar para mim. Muitas vezes seus amigos saberão primeiro. Você cresceu, que bom!

Estou muito emocionada hoje. Vê-lo entrar numa fase de tantas mudanças e conquistas, com tanta sensibilidade e um coração que transborda bondade. Que lindo o que você já foi até aqui!
Vá em frente. Grite, esperneie e conquiste seu mundo. Do seu jeito!

Eu, agora, começo a soltar sua mão, ainda andando ao lado, até você ir, ir, ir... E voltar quantas vezes quiser. Pra um pão caseiro com manteiga e cookies!

FELIZ ANIVERSÁRIO DE 12 ANOS!

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Minha vida depois de quinta-feira

 Meus olhos ficaram cheios de lágrimas e logo eu estava chorando ao ver as imagens das manifestações na última quinta-feira. Não era efeito de gás. Era um choro de vergonha. Não dos manifestantes, nem mesmo da polícia. Não tinha vergonha alheia. A vergonha era toda minha.
Meu choro representava os últimos 20 anos da minha vida, de bunda no sofá e muito discurso no papo. Papo mole, papo chato, papo que só fica no papo.

Voei para 92 quando aos 17 anos, presidente do Centro Cívico da minha escola, fui ao Vale do Anhangabaú, de cara pintada. Alguns vão dizer que fomos lá fumar maconha, matar aula, que fomos manipulados, que não fizemos diferença. Pode ser. Mas a diferença foi pra mim. Eu fui.

Me teletransportei para a época do ginásio, onde também fui presidente de Centro Cívico, em que sonhava em seguir carreira política. Lembro até de uma viagem a Câmara Municipal de Santos. Isso trouxe alguma mudança para o país? Nenhuma. Mas alimentou uma vontade enorme em ser líder.

Como uma bala de borracha, que corta e fere, mas não é mortal, voltei a realidade, porque não havia mais nada a lembrar. Os últimos 21 anos da minha vida não tiveram nenhum envolvimento político. Minha única manifestação foi uma dezena de votos anulados.
Sempre disse, e ainda digo, embora com menos convicção, que o voto nulo é um protesto. Mas hoje acrescento, um protesto covarde, um protesto sem colhão, ou peito de fora. Mas é protesto.

Ainda acredito que não há mudança e revoluções sem mártires, sem conflito e sem diálogo. A ordem muda. Até as mudanças filosóficas se deram na base do conflito e muitas vezes na porrada.  Literais ou não. Só que na maioria das vezes quando chega até nós, já chega vestida no manto da paz e do diálogo.

Sempre tem um primeiro, e quase sempre, é o mártir. E morre anônimo. Numa vala do Capão Redondo, talvez.

Não vou ser hipócrita. Não sei qual seria minha reação se tivesse passado pela ditadura, por um Hitler, por uma vida na periferia de Sampa. Sou uma menina mimada, sempre tive tudo. Talvez eu me calasse. Ou talvez eu tivesse tomado o “Cálice”.

Depois de quinta-feira algo  mudou. Virei jovem. Com aquela linda e bela ilusão de mudar o mundo. Num corpo de 38 que já não pode participar de todas as manifestações porque tem filhos para pegar na escola. A linda junção da ilusão com a realidade que nos incomoda. Por isso muitas vezes só vivemos em uma delas, sem incômodo, protegidos pelas grades das loucuras ou das verdades. Junte os dois. Daí sairá a grande revolução.

Peço desculpas, por 20 anos de alienação, de covardia, de papo. Desculpas as pessoas que deram suas vidas, carreiras e sanidade pelo que acreditam. Perdão pelas balas de borrachas, pelas cacetadas, e os gatilhos que puxei com meu silêncio.

Mas ainda tenho 20 anos pela frente. Que começa hoje.


Toda quinta-feira lembrarei do gosto dessa última quinta-feira: lágrimas e sangue.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Metade criança, metade louco


Uma das frases mais legais que ouvi recentemente foi que na verdade não nos transformamos, mas voltamos a ser o que fomos feitos para ser. Resumindo, com a maturidade, voltamos a nossa essência.

Na minha cabeça somos mais essência quando somos crianças. Talvez até ainda sem consciência.
Mas gosto de pensar nisso. Quanto mais maduros (e isso nem sempre tem relação com a idade...), mais crianças ficamos.

Pensando assim, na prática, eu seria mais egoísta. Falaria mais o que quero e que horas quero, choraria quando contrariada, falaria a verdade (principalmente quando perguntada se gosto daquele presente sem graça...), riria das bobeiras, brigaria com a mesma rapidez que perdoaria, gostaria mais da terra, ficaria descalça mais tempo, teria um cachorro, passaria mais tempo com minha mãe, teria muito mais fé, sentiria medo do escuro mas enfrentaria-o abraçada a meu ursinho, teria super poderes, sonharia mais com o que eu quero ser quando crescer, inventaria mais histórias...

Utopia passar pela vida e conseguir voltar a essa essência. Mas alguns, aqueles chamados de loucos, diagnosticados com doenças e rotulados como alienados, tem esse privilégio.

Maturidade? É ser metade criança, metade louco.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O contrário da vida é o medo!



A morte é apenas o fim do que vivemos por aqui.

O que realmente nos impede de viver é o medo.

O medo de altura nos priva das mais lindas paisagens.

O da dor, das histórias de amor.

O medo da incompetência, das realizações pessoais.

O medo da morte nos afasta da vida!




"O medo é uma sombra que o temor não desvia

O medo é uma armadilha que pegou o amor

O medo é uma chave que apagou a vida

O medo é uma brecha que fez crescer a dor



O medo é uma linha que separa o mundo

O medo é uma casa onde ninguém vai

O medo é como uma laço que aperta o nó

O medo é uma força que me impede andar"

Lenine

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Paolo, o jogador encantado

Encanta com os pés. A bola e o caminho que segue.
Tem visão de jogo. Passa, joga em equipe.
É ágil, dribla e chuta.
Não gosta de ficar no banco. Os flashes o atraem.
O talento será coroado com treino e persistência.
Coisas que a vida e os técnicos te ensinarão.
Nas entrevistas? Vai arrasar.
Vocabulário, humor e desenvoltura não faltam. Sobra.
Acho que ficará algumas temporadas longe. Em outros países.
Vai fazer piada das derrotas. Eu vou rir.
Mas vai sofrer quando perder um ou dois gols. Eu vou chorar.
Vai cansar, desistir. Eu vou continuar te apoiando quando chegar em casa.

Paolo, você disse que se não fosse jogador de futebol gostaria de ser escritor.
Você pode ser o que quiser. E eu só desejo que esse encantamento natural que você tem se espalhe pelos gramados, livros ou qualquer outra coisa que você queira fazer.
Seja você, sempre. Mesmo que eu diga o contrário!

Bjo da sua mãe há 9 anos e 9 meses!

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Combinações

Ter paciência comigo. Rir dos erros. Mostrar a língua pro mundo.
Mostrar a língua pra mim. Ter paciência com os erros. Rir do mundo.
Rir de mim. Ter paciência com o mundo. Mostrar a língua pros erros.

Boas combinações a serem aprendidas!