Assim como vc menina, também já fui esquecida
Rostos passaram por mim e não me viram
Muitos beijos não eram troca, só abuso
Já gritei por um olhar, mas não veio
Mas na maioria das vezes me faltou coragem pra gritar
Meu mundo também já foi e ainda é cinza
Mas você menina, me ensinou preciosa lição
Que os sonhos colorem nossas vidas
Que neles me encontro como sou
Ontem, olhando em seus olhos, vi
Minha solidão e fome pela vida
Meus cinzas e minha cor
Chorei seu choro pelas pessoas que não me viram
Tremi no seu frio por afeto e calor
Mas no meio disso sonhei seus sonhos coloridos
Na duração de um fósforo vi luz pra toda minha vida
Dei risada das gargalhadas da minha vida
Abracei os brinquedos que tenho
E pela sua lembrança me lembrei
Dos inúmeros afetos que tenho
De todas as possibilidades de recomeços
E veio seu último desejo
E em mim a mesma vontade
Reencontrar o que amamos pra fugir do nosso cinza
Você encontrou isso através da morte
Não houve dor nem luta
Paz numa entrega serena
Ao olhar pro seu corpo caído
Também desejei essa fuga
Mas pela vida
Quero me reencontrar num longo abraço
Juntar meus cinzas e minhas cores
E reviver
Obrigada, menina
Obrigada as mãos que te dão vida
Obrigada por doar seus últimos suspiros a mim!
(Esse texto veio depois de assistir ao espetáculo de bonecos "Sob seus olhos" da Cia Polichinelo baseado na história "A pequena vendedora de fósoforos" de Hans Christian Andersen www.ciapolichinelo.com.br)
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
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2 comentários:
Que lindo, Cássia! Chorei...
Cássia. Adorei o poema, tanto que colocamos no nosso blog. Espero que perdoe a ousadia. Conte sempre com a gente!
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