segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Quando você sumiu

(O texto abaixo é baseado em fatos reais bem recentes!)

Querido filho,

Hoje estava aqui sentada na varanda da nossa casa e fui xeretar um dvds com fotos que quando você era pequeno. As lágrimas não demoraram muita a rolar pelo rosto e as lembranças se transformaram em um filme na minha cabeça.

Achei uma foto de quando nos mudamos para Itupeva, há quase 20 anos atrás, lembra? Você tinha uns 6 anos e adorou saber que construiríamos um campinho de futebol para você... Naquela época você amava futebol, sei que ainda gosta, mas com tantas decepções da seleção brasileira, você foi deixando o futebol de lado.
Mas o que lembrei mesmo foi de um dia que você sumiu!

Fui levar seus irmãos na natação, enquanto você treinava futsal no ginásio da cidade, onde hoje é um shopping center. Combinei de passar depois da natação para irmos embora juntos. Era bastante trabalho, principalmente porque você e seus irmãos morriam de medo dos cachorros, e ficavam agarrados na minha bermuda... Tinha dia que ficava com uma raiva disso...

Bom, sai da natação e lá fui com mala, Paolo e Rafael a tira-colo. Cheguei no ginásio e comecei a procurar por você... Primeiro onde estavam outros meninos, mas já eram de outra turma, depois nas arquibancadas, no banheiro, e nada... Pensei comigo: Meu filho sumiu!

Apesar de ser mãe, tenho um jeito meio estranho de agir nesses momentos, mesmo porque estava com seus irmãos... primeiro pensei em passar na delegacia, mas de tanto ver programas policiais, achei que só depois de 48horas poderia dar queixa... Comecei a descer as escadas para falar com seu técnico, quando meu celular tocou!

Tiro a mão do Paolo da minha, desço o Rafa do meu colo, abro a mochila, abro a bolsa dentro da mochila e quando vou atender o telefone pára de tocar! Vejo o número e é de casa... Ligo.
Do outro lado surge uma voz muito conhecida, e naquele momento muito aguardada: a sua!

Numa alegria sem fim você diz: Mãe, já tô em casa! Você demorou muito e vim sozinho!

Imediatamente abriu-se um sorriso em meu rosto. E não era de alívio, era de orgulho! Tive orgulho de ser mãe de um menino corajoso, que apesar do medo de cachorro, enfrentou os portões cheios deles. Tive orgulho de ser mãe de um menino inteligente, que mesmo com medo de ter sido esquecido lá, achou uma solução e lembrou do caminho de casa. E por último tive orgulho de mim mesma, por perceber que não coloquei tantos medos em você, e que você tomou uma decisão sabendo que seria aceito pelo o que tinha feito!

Corri para casa, te abracei, comemorei com você, gritei IUHU!!!!

Naquele dia, quando você foi dormir, te olhei e fale baixinho:
"Você não sumiu, você cresceu!"

Continuo tendo muito orgulho de você!!!

Te amo!

Sua mãe Cassia

PS: Você vem pra cá nesse fim de semana? O pessoal do Poker vem aqui e iam gostar de ver você!

5 comentários:

Fabi disse...

Nossa, o Gabriel fez isso mesmo?!!!

Muito legal o texto!

Bjs!

Cassia Carrenho disse...

Fez! E agora vai e volta sozinho pro futsal! É... cresceu!

Kika disse...

Chorei de alegria e orgulho também!
Este Gabriel é mesmo um tesouro único.
Saudades!!!

Kelly disse...

Oi Cássia, tudo bom? Que lindo esse Gabriel...e vc bem que quase me fez chorar r! Não faz o tempo passar tão rápido assim não.
bjs e até mais

Kelly

Fabi disse...

A Kelly tem razão... como o tempo passa rápido... vc já tem um rapazinho em casa! E, pelo jeito, não vai demorar muito pros outros seguirem o exemplo do irmão mais velho!