sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

A mágica da muralha

Nascemos e começamos a construir uma muralha ao nosso redor. Para proteção, esconderijo, para que os outros não vejam o que temos nem o que somos!

Tem muralhas tão bem construídas que enganam até o próprio dono. Todos, inclusive ele, acham que a muralha é o próprio castelo.

Existem muralhas tão feias e grandes que ninguém ousa chegar perto. Se bobear tem até aquele riozinho em volta com crocodilos...

Tem gente que constrói muralhas baixas e frágeis. E qualquer um, inclusive o dragão mais temível, chega perto demais e destrói o castelo.

E tem uma muralha, minha predileta, que é enorme, pesada, forte... mas sem cimento. Quem ousar chegar perto, com um pequeno sopro, põe tudo abaixo!

Mas, as vezes, talvez numa noite de lua cheia, não importa que tipo de muralha tenha em volta do seu castelo, acontece uma mágica. Uma mágica que só pode ser feita por dois seres especiais: duas pessoas comuns e provavelmente cheias de medo.

Elas se encontrarão no mesmo ponto da muralha, um do lado de dentro e outro do lado de fora. E num misto de medo e desejo surge um impulso que faz com que a pessoa do lado de fora suba a muralha e a de dentro abra a pequena porta camuflada.

E nesse momento acontece a mágica. Não há sinos tocando, não aparecem fadas, e, desconfio que ainda haja muito medo. É um caminho que se abre para que duas pessoas se encontrem dentro ou fora das muralhas. Um caminho que permite que o outro se vá, que você volte para sua muralha quando quiser. É um caminho onde a liberdade nos permite ser, sem muralhas. É um olhar novo que nos encontra e nos vê como somos.

É mágica da intimidade!

Advertência: 1- Essa mágica não é eterna e precisa ser revivida, talvez em todas as noites de lua cheia. 2- Você nunca mais será o mesmo!

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